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quinta-feira, 9 de junho de 2011

História de Assombração

Por: Franklin Cascaes.        
Há muitos anos passados – contou-me um narrador de histórias de assombrações – num lugarejo da ilha de Santa Catarina, morava um pescador que possuía várias embarcações para o serviço da pesca, inclusive uma lancha baleeira.

Homem trabalhador e cuidadoso que era, tratava com todo carinho suas embarcações e equipamento, os quais guardava num rancho bem construído e fechado à chave.

Certa manhã de uma sexta-feira, quando o pescador, junto com seus camaradas abriu o rancho para retirar as embarcações, encontrou a lancha baleeira molhada e com muita areia espalhada sobre o fundo o que causou surpresa a toda tripulação, pois tinham deixado enxuta e limpa quando na véspera a recolheram para o rancho.

Comentado e analisado o fato, eles chegaram à conclusão de que a maré naquela noite tinha sido alta e não encontraram nenhuma pegada de pessoa, na praia, portanto, não havia razão para suspeitarem que alguém tivesse tirado a lancha do rancho, mesmo porque ele estava fechado e a chave se encontrava em poder do seu dono.

Daquele dia em diante, todas as manhãs de sexta-feira, quando o pescador abria o rancho para retirar suas embarcações para retirar suas embarcações para pesca, encontrava a lancha molhada e lodosa.

Como aquele ano e naquele lugar, as endiabradas e perigosas mulheres bruxas vinham desenvolvendo grandes atividades bruxólicas contra as inocentes criancinhas, chupando-lhes o sangue até levá-las à sepultura e zombando sarcasticamente, das fortes rezas e bem urdidas armadilhas que se lhes preparavam – toda a tripulação da lancha foi unânime em concordar com a desconfiança do velho pescador de que aquele serviço só podia ser obra das temíveis mulheres bruxas.

Homem intrépido, acostumado a enfrentar fortes tempestades, o frio, a fome, a sede, etc., em sua árdua profissão, todos os dias, não titubeou em enfrentar mais este estranho caso que o destino lhe apresentou, como um desafio à sua coragem indomável de velho pescador.

Sempre respeitou as coisas do outro mundo, nunca lhes tocou nem de leve com escárnio ou zombarias, e, também, nunca duvidou da sua existência e atividades neste mundo. Apesar de tudo, procurou traçar um plano para cientificar-se verdadeiramente, se de fato eram as terríveis mulheres bruxas, as autoras daqueles embustes que tanto lhe preocuparam.

Seu plano foi o seguinte: colocou uma taramela na porta da gaiuta da lancha, pela parte interior, e ao entardecer de uma sexta-feira meteu-se dentro dela, fechou a porta por dentro e ficou esperando o resultado.

Passado alguns minutos, ele ouviu vozes estranhas e sentiu que abriam o rancho e levavam a lancha para o mar.

Na porta da gaiuta, ele tinha feito um pequeno furo, de onde espiou e viu um quadro horrível e descomunal, nunca imaginado por ele (e pensou consigo mesmo: "nem por ninguém").

Viu dentro da sua lancha uma caterva de mulheres nuas, de fisionomias horríveis, corpo esquelético, mãos com unhas pontiagudas, enfim um quadro dantesco, sinistro, demoníaco.

A mulher bruxa que ocupou o lugar de patrão na lancha, apresentava o corpo coberto de escamas negras, as unhas das mãos eram como ponta de lança. O cabelo muito comprido caía pela popa da lancha a fora e estendia-se sobre o mar, deixando no seu rastro um fogo de ardentia de comprimento incalculável.

Dos olhos chamejavam dois feixes de luz, que clareavam a grande distância, e seus pés eram semelhantes a patas de mula.

Cada banco da lancha estava ocupado por uma bruxa que manejava um remo de voga.

Ao começar a viagem, a misteriosa bruxa que estava governando a lancha, solta gritos enfurecidos, esbravejou e disse para as outras: "Aqui nesta embarcação, está cheirando a sangue real".

A mulher bruxa que estava sentada no banco da proa da lancha, perto da gaiuta onde o pescador estava escondido era comadre dele.

Todas as vezes que a temível bruxa patrão da lancha esbravejava e dizia: "Está cheirando a sangue real nesta embarcação", a mulher bruxa que era comadre do pescador respondia: "Remem, suas éguas, cada remada avance uma légua, que o galo branco já cantou e o amarelo cacarejou".

Vencida a légua por segundo em cada remada que davam, chegaram no porto do lugar que haviam escolhido, em uma sinistra reunião para as suas atividades diabólicas. Em pouco tempo, aí embicaram a lancha na praia e desapareciam.

Logo que elas abandonaram a lancha, o pescador saiu do seu esconderijo, apanhou um punhado de areia, colheu um ramo de rosas e escondeu-se novamente.

Mais tarde, as endiabradas mulheres bruxas chegaram na praia, reocuparam os seus lugares na lancha e saíam mar a fora.

Durante toda viagem de ida e volta, a mulher bruxa, patrão, advertiu insistentemente, às suas colegas de que naquela embarcação havia presença de sangue real.

A bruxa comadre do pescador, que havia notado a presença do seu compadre dentro da gaiuta, desde que chegou no rancho, defendeu-o sempre com muita habilidade também já na volta: "Remem, suas éguas, cada remada vence uma légua, os galos brancos e os amarelos já cantaram e os pretos já cacarejaram".

Com estes argumentos, ela defendeu o compadre das unhas terríveis daquelas mulheres bruxas, mesmo porque não podiam perder tempo à procura do sangue do pescador, senão seriam surpreendidas em estado fadórico pelo canto do galo preto.

E assim continuaram a viagem até chegarem ao porto de partida.

Desembarcaram, abriram o rancho, recolheram a lancha e desapareceram.

O dono da lancha que estava dentro da gaiuta, logo que se viu livre delas, apanhou a areia e as rosas que recolhera no porto onde elas o levaram e retirou-se para a sua casa.

No dia seguinte, tomou a areia e as rosas mostrou a muita gente do lugar para ver si alguém descobria a sua terra de origem.

Ninguém conseguiu, nem mesmo, dar uma opinião aproximada.

Mas acontecia que a mulher bruxa, sua comadre, aparecia quase todos os dias em sua casa – não para visitar o afilhado, pois ela já o havia mandado para o outro mundo, chupando-lhe o sangue – mas sim, para passear com uma filha dele de quem era muito amiga.

Como nenhuma das pessoas a quem ele mostrou a prova de sua coragem, conseguiu identificar o lugar da viagem voltou para casa um pouco desanimado.

Ao chegar em casa encontrou sua comadre bruxa sentada na varanda conversando com pessoas de sua família.

Cumprimentou-a e mostrando a areia e as rosas, perguntou-lhe se era capaz de descobrir o lugar de origem.

Quando a comadre bruxa foi solicitada a responder a pergunta, ela olhou para a areia e as rosas e imediatamente, respondeu o seguinte.

– Compadre, a terra de origem deste punhado de areia e destas rosas é a Índia. Estiveste entre a vida e a morte. Dentro de tua embarcação estavam as mais respeitadas, misteriosas, prepotentes e malignas mulheres bruxas, do reino de satanás. Se não foste assassinado por elas, agradece-o a mim, tua compadre, que estava sentada no banco de proa da lancha, perto da gaiuta, onde estava escondido.

O velho pescador depois de ter ouvido a narrativa da comadre bruxa foi à cozinha, apanhou um rabo de tatu que estava no fumeiro, despiu-a, deu-lhe uma boa surra, salgou as feridas com sal e pimenta e obrigou-a a descobrir o nome de todas as outras suas colegas de aventuras fadóricas.

Florianópolis, 25 de fevereiro de 1957

(Cascaes, Franklin. "História de assombração". A Gazeta. 23 de março de 1957)

Você viu meu filho?

Em Palhoça existem varias cachoeiras, sendo a do Pontal uma das mais conhecidas. Possui varias piscinas naturais de águas tranqüilas, porem existem épocas do ano que chove por dias, e nesses dias ela ganha uma força assombrosa.
Um dos pontos preferidos dos garotos que costumam freqüentar a cachoeira é o poço do Jarrão, um lugar onde a água desce por uma pedra lisa e cai num pequeno poço muito profundo formando assim um tobogã natural.
Eu e meus primos criamos o habito de ir pra lá nadar nas férias, sempre com muitos avisos da minha tia sobre os perigos do lugar (o qual sempre me causou alguns arrepios e a sensação de estar sendo observado).
Um dia eu e um amigo estávamos procurando o que fazer no dia seguinte até que eu me lembrei da cachoeira e propus irmos de bicicleta, ele topou e no dia seguinte fomos. Ele nunca havia ido lá e ficou fascinado, fomos subindo a cachoeira até o poço que eu mais gostava por ser o mais amplo pra nadar, já o meu amigo prefere continuar explorando e subiu a cachoeira ainda mais. Eu fiquei nadando até que comecei a sentir que alguém estava me espiando, primeiro achei que era meu amigo querendo me assustar, depois de um tempo eu tive a nítida sensação de ter visto alguém se esconder atrás de uma arvore, me viro na direção dela e chamo pelo meu amigo que responde, mas não de lá de trás da arvore e sim do alto da cachoeira. Ele desceu e veio falar comigo:
- O que aconteceu? Tava me chamando por quê?
- por nada, deixa pra lá.
- Você viu uma mulher com um menino subir a cachoeira depois que eu subi?
- Não. Por quê?
- E que quando eu subi eu não encontrei ninguém, mas na volta eu encontro ela vestida dentro da água olhando pro fundo.
- Tá, e daí?
- Bem ela me perguntou se eu não tinha visto o filho dela.
- Não cara eu não vi ninguém subir não, mas vamos la, vai que ela ta precisando de ajuda pra achar o guri ainda né?
- Vamo la então.
Mas quando a gente chegou onde ele tinha encontrado ela não tinha ninguém.
Quando eu contei isso pra minha tia ela ficou assustada e me contou sobre uma coisa que havia acontecido a anos na cachoeira. Alguns anos atrás, num dia de sol após fortes chuvas um grupo de meninos decidiu ir até a cachoeira para se refrescar como costumavam fazer, ao chegar lá eles se deparam com a força da água e muito além do normal, mas mesmo assim escolheram se arriscar e foram brincar no poço do Jarrão, mas quando um desses garotos foi escorregar pela pedra como costumava fazer ocorreu uma tragédia. Ele foi não parou no posso como os outros, ele foi levado pela água.
Os amigos procuram cachoeira a baixo, mas não o encontraram. Os bombeiros também tentaram em vão encontrar o menino. Sua família ficou desolada, em especial sua mãe que não aceitava a morte do filho sem ver o corpo. Nos dias seguintes ela procurou inúmeras vezes pelo corpo do filho, mas não teve sucesso. E pior, o corpo dela foi encontrado boiando na cachoeira, não se sabe se ela se afogou acidentalmente procurando a criança ou se ela cometeu suicídio.

A Mulher de Branco



   Um fantasma dos mais conhecidos. Existem versões da sua historia em todo o mundo, desde a América, Europa até na Ásia e Oceania (nas Filipinas existe uma rua que é conhecida por ser assombrada por ela).
    No Brasil ela seria uma mulher grávida de conhece um homem com o qual se envolve, ele se torna seu amante, ela cria sonhos sobre uma vida ao lado de seu amado. Como resultado do ardor da paixão dos dois ela acaba engravidando. Mas ela estava enganada sobre o seu amado, ele quando soube da gravidez começou a ficar distante até que certo dia desapareceu no mundo deixando a mulher mergulhada na depressão. Ela de a luz perdida nas sombras de um futuro duvidoso e amargurado pelo ódio por aquele que se aproveitou de seus sentimentos. Para se vingar do amante que a abandonou ela descontou toda a sua fúria e ódio em seus filhos os matando. Mais tarde após passar o frenesi causado pelo seu ódio e magoa ela toma consciência da atrocidade dos seus atos e no impulso da dor que lhe tomou ela se mata.
Dizem que ela agora vaga pelas estradas a procura de homens infiéis, ela aparece linda e encantadora pedindo carona aos motoristas que passam. Ela transpira luxuria com o objetivo de seduzir o sujeito, que se sucumbir a sua tentação será cruelmente morto por ela.
   
Já em Portugal, ela seria uma garota que morreu atropelada, há vários relatos de suas aparições, como por exemplo, um vídeo intitulado “Acidente na Estrada de Sintra”, em que três amigos dão carona a uma rapariga vestida de branco que encontram na rua. Nisto, a garota chora durante o caminho, e chega a um momento em que diz: “Foi aqui…”, de seguida os outros passageiros perguntam o que se tinha passado ali, e nisto a garota responde: “Foi aqui que tive o acidente… e morri.” Com isto, a garota aparece com uma forma cadavérica e causa o acidente em que o carro capota e supostamente os passageiros da frente morrem e apenas o que filma sobrevive.
   Existem histórias da mulher de branco no México, Venezuela e Estados Unidos, mas nunca se sabe em qual estrada a mulher de branco vai estar...

A Curva

Curta metragem , filmado e dirigido por David Rebordão sobre a lenda de Teresa Fidalgo.


segunda-feira, 6 de junho de 2011

O Arlequim



O carnaval italiano é composto de três personagens principais : o Pierrô , a Colombina e o Arlequim . 
A Colombina é uma bailarina fútil e volúvel , que representa o planeta Terra . Ela se divide entre o Pierrô e o Arlequim . 
O Pierrô é um ingênuo e puro boneco , que representa o céu . Ele deseja salvar a Colombina das garras do Arlequim . 
O Arlequim é um palhaço do inferno , que tem como objetivo seduzir a Colombina . 
Muitas pessoas em estado de coma , quando se vêem entrando no inferno se deparam com a figura diabólica do Arlequim . Os depoimentos de quem já passou por isto são surpreendentes. 

domingo, 5 de junho de 2011

Solitário

Existe uma curva no alto de um morro no bairro da praia de fora que é cercada por uma vegetação fechada que dificulta um bocado enxergar as ruínas de uma casa que ficava ali.
O lugar é triste,sombrio e passa a impressão de que estão te observando de entres as arvores, é como se algo quisesse que você sai dali, algo que odeia a sua presença.
Eu costumava passar lá no inicio da minha adolescência, em geral a noite, nunca encontrei a luz do poste que fica no alto daquele morro funcionando, estava sempre queimada ou quebrada, sempre ventava lá, sempre uma brisa leve e fria e que faz um som como alguém murmurando maldições. E após passar por ali as luzes de alguns postes se apagam quando eu me aproximo isso por alguns quilômetros.
 Depois de passar por esse lugar algumas vezes fiquei curioso sobre a história do lugar. Conversando com alguns moradores mais antigos ouvi a seguinte historia:
“Naquele lugar havia uma casa onde vivia uma família. O pai chefe da família era um homem que bebia muito, e quando bebia ficava violento e acabava agredindo sua mulher e filhos. O quadro se manteve até que a sua mulher não agüentou mais e o abandonou levando com ela os filhos sem dizer pra onde foi o deixando sozinho naquela casa, depois disso começou a beber na frente de sua casa e demonstrando sua antipatia por quem passava por ali, o seu problema com alcoolismo aumentou junto com a depressão até o limite do suportável. Não demorou muito tempo ele foi encontrado morto, ele se enforcou em sua casa que ficou abandonada depois disso, se deteriorando até virar uns poucos pedaços de parede que teimam em se manter de pé.”
Por isso se você estiver passando pelo bairro da praia de fora em palhoça e sentir uma presença solitária e amargurada te observando você já sabe quem é, é este homem que talvez ainda aguarde a sua família voltar.

Leprosário

São Francisco do Sul é uma das três mais antigas cidades brasileiras e, certamente, uma das mais belas. A beleza e riqueza natural da Praia do Forte abriga as ruínas, além do próprio forte, as ruínas de um leprosário. Construído com cal de conchas, óleo de baleia e pedras, este leprosário recebia pacientes de todo Sul do país, que ficavam neste local isolados. Pessoas que lá estiveram contam a respeito de sensações negativas, pesares e dores de cabeça, além de aparições inexplicáveis de espectros humanos que se escondem nas colunas remanescentes do antigo sanatório. Outros relatam murmúrios, pedidos de ajuda e lamentos sem origem aparente.



Bruxas de Florianópolis

Dom João V, rei de Portugal, determinou em 1747, a transferência de 4.000 portugueses, oriundos das Ilhas de Açores e Madeira para as províncias de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Em 1748, começaram a chegar, na Ilha de Nossa Sra. do Desterro, atual Florianópolis, em Santa Catarina, os primeiros casais e desertores. Entre esses desertores, havia algumas mulheres que foram afastadas de Portugal acusadas de feitiçaria.

Assim sendo, os moradores da Ilha dos Açores trouxeram suas crenças, seus costumes, suas tradições e suas bruxas.

Aqui, na Ilha de Santa Catarina, elas voltaram às suas atividades como curandeiras, parteiras e conselheiras, sendo a partir de então conhecidas como benzedeiras. E a palavra bruxa ou feiticeira foi transferida para aquelas mulheres, vivas ou mortas, que realizavam magia negra e encantamentos para o mal.

Tal mudança de definição, de bruxa para benzedeira, deu-se por conta da deturpação que a palavra bruxa ou feiticeira sofreu pela Inquisição. Ser bruxa era sinal de conexão diabólica, era ser responsável por todas as desgraças e dificuldades existentes na vida cotidiana do povo.

Relatos sobre bruxas e benzedeiras são freqüentes nos antigos vilarejos da Capital, principalmente na Lagoa da Conceição, povoado que foi fundado em 1750, com o nome de Nossa Senhora da Conceição.

Porém, a verdadeira bruxa, ou se preferir benzedeira, é aquela que tem conhecimento sobre todas as energias que nos envolvem e sabe utilizá-las para melhorar a vida física, mental e espiritual. A bruxaria, ou seja, a Antiga Religião, é uma filosofia de vida onde predomina o amor, o respeito por todas as formas de vida e onde utiliza-se as forças da natureza e da energia cósmica para efetuar curas e ritos de harmonização.

Pelo interior da ilha, principalmente nas comunidades da Lagoa da Conceição e do Ribeirão da Ilha, ainda podemos ouvir "causos" dos pescadores vítimas das bruxas, e das mães cujos filhos embruxados foram salvos pela benzedeira. Para espantar uma bruxa, a benzedeira da Ilha, junto com seus galhos de ervas, reza a seguinte oração:

"Treze raio tem o sóli, treze raio tem a lua,
Sarta diabo pró inferno questa alma não é tua.
Tosca marosca, rabo de rosca,
Vassoura na tua mão,
relho na tua bunda e aguilhão nos teus pés.
Pôr riba do silvado e pôr baixo do tehiado!
São Pedro, São Paulo e São Fontista
Por riba da casa, São João Batista.
Bruxa tatara-bruxa,
Tu não me entre nesta casa nem nesta comarca toda.
Pôr todos os santos dos santos. Amém!".


Balanço Bruxólico

Por Franklin Joaquim Cascaes:


"Contou-me a seguinte estória acontecida na Ilha de Santa Catarina - Ilha dos trezentos engenhos de fabricar farinha de mandioca - o Sr. José Silveira residente no Canto da Lagoa da Conceição: que seus antepassados fizeram uma derrubada no Morro da Lagoa prá mode fazerem uma plantação de mandioca e milho.

Aconteceu - continuou o narrador - que na margem da roça derrubaram um grande tanheiro, bem vazado, que ficou caído ao pé de uma grande árvore que tinha em si um cipó enroscado e que de lá do alto das ramagens deixava cair um grande seio em forma de balanço.

Quando começaram a fazer a plantação, sentiram cheiro de fumaça de querosene, que saía de dentro do vazado do tanheiro, e também porque ali faziam a comida, notaram que as panelas amanheciam sujas e as ferramentas atiradas pelo chão, como se alguém dentro da noite lá aparecesse somente para fazer malvadezas.

Desconfiados com a situação, passaram a vigiar o lugar e constataram que dentro da noite a ramagem da árvore que tinha o balanço, era tomado por luzes de várias formas e tamanhos e que se movimentavam para direções diversas.

Encorajados por uma mulher benzedeira muito entendida e poderosa destas coisas dos outros mundos, subiram o morro protegidos com bentinhos, breves, figas, mostarda, arruda, cisco das três marés, água benta, vela benta, folhas de guiné, que são verdadeiras armas contra o poder diabólico destes trasgos dos infernos.

O que encontraram e viram era horripilante para os olhos humanos. As árvores tinham na base formas de pés de vários animais, lamparinas dançavam metamorfoseadas em forma humana; na boca do tanheiro derrubado estava um bicho em forma de morcego; no alto da árvore a canga do carro de boi estava pousada, ao lado de uma lamparina; um pouco abaixo uma coruja com cara de roda de carro de boi enfeitada com um par de antolhos; e no centro de tudo, de toda fantasmogênese uma bruxa se balançava no cipó fantasiada de cabeça de boi com pernas traseiras e mãos dianteiras, também de boi, e sendo a cabeça uma roda de carro de boi.

Todas as pedras que ali viviam estavam metamorfoseadas em atitude de exorcismo.

A coruja que aparece metamorfoseada no meio da árvore, se destaca como um observador cultural, deste tipo de cultura que o Povo antigo conduz em sua bagagem tradicional ..."

Boi Tatá



É um Monstro com olhos de fogo, enormes, de dia é quase cego, à noite vê tudo. Diz a lenda que o Boitatá era uma espécie de cobra e foi o único sobrevivente de um grande dilúvio que cobriu a terra. Para escapar ele entrou num buraco e lá ficou no escuro, assim, seus olhos cresceram.

Desde então anda pelos campos em busca de restos de animais. Algumas vezes, assume a forma de uma cobra com os olhos flamejantes do tamanho de sua cabeça e persegue os viajantes noturnos. Às vezes ele é visto como um facho cintilante de fogo correndo de um lado para outro da mata. No Nordeste do Brasil é chamado de "Cumadre Fulôzinha". Para os índios ele é "Mbaê-Tata", ou Coisa de Fogo, e mora no fundo dos rios.
Dizem ainda que ele é o espírito de gente ruim ou almas penadas, e por onde passa, vai tocando fogo nos campos. Outros dizem que ele protege as matas contra incêndios.

A ciência diz que existe um fenômeno chamado Fogo-fátuo, que são os gases inflamáveis que emanam dos pântanos, sepulturas e carcaças de grandes animais mortos, e que visto de longe parecem grandes tochas em movimento.
  
Nomes comuns: No Sul; Baitatá, Batatá, Bitatá (São Paulo). No Nordeste; Batatão e Biatatá (Bahia). Entre os índios; Mbaê-Tata.


Origem Provável: É de origem Indígena. Em 1560, o Padre Anchieta já relatava a presença desse mito. Dizia que entre os índios era a mais temível assombração. Já os negros africanos, também trouxeram o mito de um ser que habitava as águas profundas, e que saía a noite para caçar, seu nome era Biatatá.


É um mito que sofre grandes modificações conforme a região. Em algumas regiões por exemplo, ele é uma espécie de gênio protetor das florestas contra as queimadas. Já em outras, ele é causador dos incêndios na mata. A versão do dilúvio teve origem no Rio Grande o Sul.


Uma versão conta que seus olhos cresceram para melhor se adaptar à escuridão da caverna onde ficou preso após o dilúvio, outra versão, conta que ele, procura restos de animais mortos e come apenas seus olhos, absorvendo a luz e o volume dos mesmos, razão pela qual tem os olhos tão grandes e incandescentes. 

A Árvore das Almas

Por volta de 1845 em uma cidadezinha do interior de Minas Gerais, havia essa Lenda Urbana sobre a árvore das almas. Tal árvore ficava em um bosque atrás da cidade, ela era enorme e oca. Tinha uma passagem imensa onde as pessoas podiam entrar dentro. Nessa época acreditava-se que a árvore era abrigo para centenas de almas de mulheres as quais a origem é desconhecida. Acreditava-se também que elas eram as guardiãs da cidade, mantinham os maus espíritos longe e ajudavam a cidade a prosperar. Uma vez por ano, na sexta-feira santa a meia noite, elas saiam da árvore para uma procissão pela cidade. Caminhavam por todas as ruas da cidade, cada uma com sua vela na mão dando sua benção. Os moradores por sua vez, em respeito às mulheres deveriam ficar dentro de casa, com as janelas e cortinas fechadas até que a procissão terminasse. Em uma dessas procissões, uma garota da cidade resolveu olhar pela janela. Ela ficou maravilhada, centenas de mulheres vestidas de branco, com uma vela grande na mão, recitando algo que não se podia ouvir. Ela notou que as mulheres não eram seres comuns, pois seus corpos eram meio transparentes e luminosos.
Maravilhada com o que vira, ela abriu sua janela, saltou e foi seguindo as mulheres. Quando a procissão terminou as mulheres voltaram para o bosque. A garota hesitou um pouco em segui-las, mas pensou, se já foi tão longe era melhor ir até a árvore. De longe e atrás de alguns arbustos ela avistou a árvore e as mulheres foram entrando dentro e desaparecendo. A última mulher da fila parou antes de entrar, virou-se para a garota e olhou-a nos olhos e começou a andar em sua direção. A garota por alguma razão não sentiu medo e esperou o fantasma se aproximar. A mulher lhe estendeu a vela. “Um presente por sua coragem.” – disse a fantasma sorrindo. “Obrigado.” – respondeu a garota sem reação. A mulher voltou para a árvore, antes de entrar olhou a garota novamente e desapareceu. Quando a garota olhou de novo para a vela, esta tinha se transformado em um fêmur. Assustada ela correu para casa e contou a seus pais o que havia ocorrido. Os pais muito preocupados a mandaram de volta ao bosque e disseram que ela deveria enterrar o fêmur de baixo da árvore, pois eles não queriam um osso humano em casa. A menina foi vista pela última vez entrando no bosque. Suas pegadas podiam ser vistas até a árvore, mas ali ela não estava. Diz à lenda que a garota pode ser vista durante a procissão, ela vai levando sua vela, no último lugar da fila das mulheres fantasmas.

O Opala Preto

“Ubiratã Carlos de Jesus Chavez era um dos mais conhecidos bandidos do Rio de Janeiro, em 1974. Em uma fuga, depois de ter roubado um Opala SS, Carlão da Baixada — como era conhecido — entrou no Túnel Rebouças, onde acabou batendo em um Fusca, no qual uma família voltava de um aniversário. Ninguém sobreviveu. Passados alguns anos, a lenda se criou. O Opala preto perseguia os carros que atravessassem o túnel de madrugada. Se o motorista lembrasse da tragédia e rezasse pelas almas das pessoas que morreram na batida, o carro-assombração começava a perder velocidade até sumir. Caso contrário, o Opala vinha em sua direção, cada vez mais rápido, até causar um acidente.”

Começando com um mito famoso


"Estou destinado a morrer de desastre de automóvel", foi o que afirmou uma vez James Dean. E cara, ele tinha razão! 
O ator, cujo ultimo papel no cinema foi o de Jeff Rink, o amargo magnata do petróleo no filme "assim caminha a humanidade", morreu tragicamente, num desastre de automóvel, aos 24 anos, e, ao morrer, transformou-se no eterno símbolo da juventude desencantada, apesar de que algumas fãs acreditam até hoje que ele mão morreu, mas sim que ele esta escondido por que sua face teria ficado desfigurada após o acidente. 
Alguns afirmam que Dean tinha vontade de morrer. Outros colocam a culpa da sua morte prematura no amaldiçoado Porsche Spyder em que ele morreu. 
Para muitos, parecia claro que o carro era cercado por uma aura de destruição, que impregnava toda sua atmosfera. 
Dean comprou o veiculo na Competition Motors, em Los Angeles, pouco depois de terminar o filme: assim caminha a humanidade em 1955. 
A atriz Ursula Andrews narrou: 

 “Eu lhe disse que o carro me dava uma sensação ruim. Ele prometeu ter cuidado ao dirigi-lo e depois se despediu. Eu sabia que nunca mais o veria" 

Diversas pessoas fizeram comentários sobre a desagradável atmosfera que envolvia o carro, incluindo o ator Alec Guinnes, que, quando o viu pela primeira vez, alertou Dean: 

 “Por favor, nunca entre neste carro. Agora são 10 horas de sexta-feira, 23 de setembro de 1955. se entrar neste carro, você será encontrado morto, dentro dele, nesta mesma hora, na semana que vem" 


No dia 30 de setembro de 1955, James Dean e seu mecânico particular saíram com o propósito de ir para a pista de corridas em Salinas, Califórnia, onde Dean tinha combinado competir com o veiculo. Embora, originalmente, o Porsche devesse ser transportado em um trailer, Dean mudou de idéia e decidiu dirigi-lo... UM ERRO FATAL!!! 

Ao guiar em grande velocidade em direção a um entroncamento, Dean não tinha conhecimento do jovem estudante que se aproximava, e que não podia ser visto na outra extremidade do entroncamento. Os dois carros colidiram, matando Dean instantaneamente e ferindo, seriamente, seu companheiro. O jovem estudante sofreu ferimentos na cabeça e no rosto. 
Mas a historia não termina aqui... Umas listas quase sem fim de pavorosos acidentes simultâneos aconteceram dai por diante. 
Os destroços do carro foram comprados pelo “designer" de carros George Barris e enviados para uma garagem. Assim que o mecânico começou a descarregá-lo, o carro subitamente escorregou, caindo e quebrando as pernas do mecânico. 
Em 1956, o Dr. Troy McHenry comprou o motor do carro, mas depois morreu, quando o veiculo escapou de seu controle, durante uma corrida na feira de Pomona. 
Outro medico, que tinha comprado a transmissão do automóvel que fora de Dean, ficou seriamente ferido quando o automóvel rodopiou. 
Dois pneus do Porsche de Dean foram vendidos para um aficionado por carros e, surpreendentemente, estouraram, simultaneamente, alguns dias depois da compra, embora nenhum defeito pudesse ter sido encontrado neles. 
O que sobrou do carro de Dean foi soldado, oferecido ah patrulha rodoviária da Califórnia e, ironicamente, apresentado em uma exibição especial cujo tema era segurança. De forma bastante estranha, a garagem na qual o carro de Dean tinha sido colocado para passar a noite, pegou fogo inexplicavelmente, deixando em chamas o prédio vizinho. Este ficou seriamente danificado, embora o veiculo tenha permanecido incrivelmente intacto. 
A maldição então atacou de novo. Alunos da escola secundaria cercaram o carro que estava sendo apresentando como atração principal da exposição cujo tema também era segurança. Sem nenhum aviso, o carro escorregou da plataforma em que estava quebrando o pescoço de um menino. 
Combinou-se, então, que o carro seria transportado, em um caminhão, para Salinas. Mas, por algum estranho motivo, o caminhão ficou incontrolável e o motorista foi violentamente arremessado de sua cabina. 
Neste meio tempo, o carro que fora, outrora, a preciosidade de Dean, prosseguiu sua carreira de acidentes, caindo da traseira do caminhão, golpeando e matando o motorista. 
Em 1959, em Nova Orleans, o carro foi novamente posto em exposição e, desta vez, caiu literalmente aos pedaços. Depois que os consertos foram feitos, O Porsche foi mandado para a patrulha rodoviária da Florida, para uma outra exposição de segurança. Ele foi então embalado em um engradado e embarcado para Los Angeles. Em algum lugar entre Miami e Los Angeles, o carro desapareceu misteriosamente. E, apesar das intensas pesquisas levadas a cabo, nunca foi encontrado. 
Sua perda foi encarada. Por muitas pessoas como uma bênção.