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domingo, 5 de junho de 2011

Solitário

Existe uma curva no alto de um morro no bairro da praia de fora que é cercada por uma vegetação fechada que dificulta um bocado enxergar as ruínas de uma casa que ficava ali.
O lugar é triste,sombrio e passa a impressão de que estão te observando de entres as arvores, é como se algo quisesse que você sai dali, algo que odeia a sua presença.
Eu costumava passar lá no inicio da minha adolescência, em geral a noite, nunca encontrei a luz do poste que fica no alto daquele morro funcionando, estava sempre queimada ou quebrada, sempre ventava lá, sempre uma brisa leve e fria e que faz um som como alguém murmurando maldições. E após passar por ali as luzes de alguns postes se apagam quando eu me aproximo isso por alguns quilômetros.
 Depois de passar por esse lugar algumas vezes fiquei curioso sobre a história do lugar. Conversando com alguns moradores mais antigos ouvi a seguinte historia:
“Naquele lugar havia uma casa onde vivia uma família. O pai chefe da família era um homem que bebia muito, e quando bebia ficava violento e acabava agredindo sua mulher e filhos. O quadro se manteve até que a sua mulher não agüentou mais e o abandonou levando com ela os filhos sem dizer pra onde foi o deixando sozinho naquela casa, depois disso começou a beber na frente de sua casa e demonstrando sua antipatia por quem passava por ali, o seu problema com alcoolismo aumentou junto com a depressão até o limite do suportável. Não demorou muito tempo ele foi encontrado morto, ele se enforcou em sua casa que ficou abandonada depois disso, se deteriorando até virar uns poucos pedaços de parede que teimam em se manter de pé.”
Por isso se você estiver passando pelo bairro da praia de fora em palhoça e sentir uma presença solitária e amargurada te observando você já sabe quem é, é este homem que talvez ainda aguarde a sua família voltar.

Leprosário

São Francisco do Sul é uma das três mais antigas cidades brasileiras e, certamente, uma das mais belas. A beleza e riqueza natural da Praia do Forte abriga as ruínas, além do próprio forte, as ruínas de um leprosário. Construído com cal de conchas, óleo de baleia e pedras, este leprosário recebia pacientes de todo Sul do país, que ficavam neste local isolados. Pessoas que lá estiveram contam a respeito de sensações negativas, pesares e dores de cabeça, além de aparições inexplicáveis de espectros humanos que se escondem nas colunas remanescentes do antigo sanatório. Outros relatam murmúrios, pedidos de ajuda e lamentos sem origem aparente.



Bruxas de Florianópolis

Dom João V, rei de Portugal, determinou em 1747, a transferência de 4.000 portugueses, oriundos das Ilhas de Açores e Madeira para as províncias de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Em 1748, começaram a chegar, na Ilha de Nossa Sra. do Desterro, atual Florianópolis, em Santa Catarina, os primeiros casais e desertores. Entre esses desertores, havia algumas mulheres que foram afastadas de Portugal acusadas de feitiçaria.

Assim sendo, os moradores da Ilha dos Açores trouxeram suas crenças, seus costumes, suas tradições e suas bruxas.

Aqui, na Ilha de Santa Catarina, elas voltaram às suas atividades como curandeiras, parteiras e conselheiras, sendo a partir de então conhecidas como benzedeiras. E a palavra bruxa ou feiticeira foi transferida para aquelas mulheres, vivas ou mortas, que realizavam magia negra e encantamentos para o mal.

Tal mudança de definição, de bruxa para benzedeira, deu-se por conta da deturpação que a palavra bruxa ou feiticeira sofreu pela Inquisição. Ser bruxa era sinal de conexão diabólica, era ser responsável por todas as desgraças e dificuldades existentes na vida cotidiana do povo.

Relatos sobre bruxas e benzedeiras são freqüentes nos antigos vilarejos da Capital, principalmente na Lagoa da Conceição, povoado que foi fundado em 1750, com o nome de Nossa Senhora da Conceição.

Porém, a verdadeira bruxa, ou se preferir benzedeira, é aquela que tem conhecimento sobre todas as energias que nos envolvem e sabe utilizá-las para melhorar a vida física, mental e espiritual. A bruxaria, ou seja, a Antiga Religião, é uma filosofia de vida onde predomina o amor, o respeito por todas as formas de vida e onde utiliza-se as forças da natureza e da energia cósmica para efetuar curas e ritos de harmonização.

Pelo interior da ilha, principalmente nas comunidades da Lagoa da Conceição e do Ribeirão da Ilha, ainda podemos ouvir "causos" dos pescadores vítimas das bruxas, e das mães cujos filhos embruxados foram salvos pela benzedeira. Para espantar uma bruxa, a benzedeira da Ilha, junto com seus galhos de ervas, reza a seguinte oração:

"Treze raio tem o sóli, treze raio tem a lua,
Sarta diabo pró inferno questa alma não é tua.
Tosca marosca, rabo de rosca,
Vassoura na tua mão,
relho na tua bunda e aguilhão nos teus pés.
Pôr riba do silvado e pôr baixo do tehiado!
São Pedro, São Paulo e São Fontista
Por riba da casa, São João Batista.
Bruxa tatara-bruxa,
Tu não me entre nesta casa nem nesta comarca toda.
Pôr todos os santos dos santos. Amém!".


Balanço Bruxólico

Por Franklin Joaquim Cascaes:


"Contou-me a seguinte estória acontecida na Ilha de Santa Catarina - Ilha dos trezentos engenhos de fabricar farinha de mandioca - o Sr. José Silveira residente no Canto da Lagoa da Conceição: que seus antepassados fizeram uma derrubada no Morro da Lagoa prá mode fazerem uma plantação de mandioca e milho.

Aconteceu - continuou o narrador - que na margem da roça derrubaram um grande tanheiro, bem vazado, que ficou caído ao pé de uma grande árvore que tinha em si um cipó enroscado e que de lá do alto das ramagens deixava cair um grande seio em forma de balanço.

Quando começaram a fazer a plantação, sentiram cheiro de fumaça de querosene, que saía de dentro do vazado do tanheiro, e também porque ali faziam a comida, notaram que as panelas amanheciam sujas e as ferramentas atiradas pelo chão, como se alguém dentro da noite lá aparecesse somente para fazer malvadezas.

Desconfiados com a situação, passaram a vigiar o lugar e constataram que dentro da noite a ramagem da árvore que tinha o balanço, era tomado por luzes de várias formas e tamanhos e que se movimentavam para direções diversas.

Encorajados por uma mulher benzedeira muito entendida e poderosa destas coisas dos outros mundos, subiram o morro protegidos com bentinhos, breves, figas, mostarda, arruda, cisco das três marés, água benta, vela benta, folhas de guiné, que são verdadeiras armas contra o poder diabólico destes trasgos dos infernos.

O que encontraram e viram era horripilante para os olhos humanos. As árvores tinham na base formas de pés de vários animais, lamparinas dançavam metamorfoseadas em forma humana; na boca do tanheiro derrubado estava um bicho em forma de morcego; no alto da árvore a canga do carro de boi estava pousada, ao lado de uma lamparina; um pouco abaixo uma coruja com cara de roda de carro de boi enfeitada com um par de antolhos; e no centro de tudo, de toda fantasmogênese uma bruxa se balançava no cipó fantasiada de cabeça de boi com pernas traseiras e mãos dianteiras, também de boi, e sendo a cabeça uma roda de carro de boi.

Todas as pedras que ali viviam estavam metamorfoseadas em atitude de exorcismo.

A coruja que aparece metamorfoseada no meio da árvore, se destaca como um observador cultural, deste tipo de cultura que o Povo antigo conduz em sua bagagem tradicional ..."

Boi Tatá



É um Monstro com olhos de fogo, enormes, de dia é quase cego, à noite vê tudo. Diz a lenda que o Boitatá era uma espécie de cobra e foi o único sobrevivente de um grande dilúvio que cobriu a terra. Para escapar ele entrou num buraco e lá ficou no escuro, assim, seus olhos cresceram.

Desde então anda pelos campos em busca de restos de animais. Algumas vezes, assume a forma de uma cobra com os olhos flamejantes do tamanho de sua cabeça e persegue os viajantes noturnos. Às vezes ele é visto como um facho cintilante de fogo correndo de um lado para outro da mata. No Nordeste do Brasil é chamado de "Cumadre Fulôzinha". Para os índios ele é "Mbaê-Tata", ou Coisa de Fogo, e mora no fundo dos rios.
Dizem ainda que ele é o espírito de gente ruim ou almas penadas, e por onde passa, vai tocando fogo nos campos. Outros dizem que ele protege as matas contra incêndios.

A ciência diz que existe um fenômeno chamado Fogo-fátuo, que são os gases inflamáveis que emanam dos pântanos, sepulturas e carcaças de grandes animais mortos, e que visto de longe parecem grandes tochas em movimento.
  
Nomes comuns: No Sul; Baitatá, Batatá, Bitatá (São Paulo). No Nordeste; Batatão e Biatatá (Bahia). Entre os índios; Mbaê-Tata.


Origem Provável: É de origem Indígena. Em 1560, o Padre Anchieta já relatava a presença desse mito. Dizia que entre os índios era a mais temível assombração. Já os negros africanos, também trouxeram o mito de um ser que habitava as águas profundas, e que saía a noite para caçar, seu nome era Biatatá.


É um mito que sofre grandes modificações conforme a região. Em algumas regiões por exemplo, ele é uma espécie de gênio protetor das florestas contra as queimadas. Já em outras, ele é causador dos incêndios na mata. A versão do dilúvio teve origem no Rio Grande o Sul.


Uma versão conta que seus olhos cresceram para melhor se adaptar à escuridão da caverna onde ficou preso após o dilúvio, outra versão, conta que ele, procura restos de animais mortos e come apenas seus olhos, absorvendo a luz e o volume dos mesmos, razão pela qual tem os olhos tão grandes e incandescentes. 

A Árvore das Almas

Por volta de 1845 em uma cidadezinha do interior de Minas Gerais, havia essa Lenda Urbana sobre a árvore das almas. Tal árvore ficava em um bosque atrás da cidade, ela era enorme e oca. Tinha uma passagem imensa onde as pessoas podiam entrar dentro. Nessa época acreditava-se que a árvore era abrigo para centenas de almas de mulheres as quais a origem é desconhecida. Acreditava-se também que elas eram as guardiãs da cidade, mantinham os maus espíritos longe e ajudavam a cidade a prosperar. Uma vez por ano, na sexta-feira santa a meia noite, elas saiam da árvore para uma procissão pela cidade. Caminhavam por todas as ruas da cidade, cada uma com sua vela na mão dando sua benção. Os moradores por sua vez, em respeito às mulheres deveriam ficar dentro de casa, com as janelas e cortinas fechadas até que a procissão terminasse. Em uma dessas procissões, uma garota da cidade resolveu olhar pela janela. Ela ficou maravilhada, centenas de mulheres vestidas de branco, com uma vela grande na mão, recitando algo que não se podia ouvir. Ela notou que as mulheres não eram seres comuns, pois seus corpos eram meio transparentes e luminosos.
Maravilhada com o que vira, ela abriu sua janela, saltou e foi seguindo as mulheres. Quando a procissão terminou as mulheres voltaram para o bosque. A garota hesitou um pouco em segui-las, mas pensou, se já foi tão longe era melhor ir até a árvore. De longe e atrás de alguns arbustos ela avistou a árvore e as mulheres foram entrando dentro e desaparecendo. A última mulher da fila parou antes de entrar, virou-se para a garota e olhou-a nos olhos e começou a andar em sua direção. A garota por alguma razão não sentiu medo e esperou o fantasma se aproximar. A mulher lhe estendeu a vela. “Um presente por sua coragem.” – disse a fantasma sorrindo. “Obrigado.” – respondeu a garota sem reação. A mulher voltou para a árvore, antes de entrar olhou a garota novamente e desapareceu. Quando a garota olhou de novo para a vela, esta tinha se transformado em um fêmur. Assustada ela correu para casa e contou a seus pais o que havia ocorrido. Os pais muito preocupados a mandaram de volta ao bosque e disseram que ela deveria enterrar o fêmur de baixo da árvore, pois eles não queriam um osso humano em casa. A menina foi vista pela última vez entrando no bosque. Suas pegadas podiam ser vistas até a árvore, mas ali ela não estava. Diz à lenda que a garota pode ser vista durante a procissão, ela vai levando sua vela, no último lugar da fila das mulheres fantasmas.

O Opala Preto

“Ubiratã Carlos de Jesus Chavez era um dos mais conhecidos bandidos do Rio de Janeiro, em 1974. Em uma fuga, depois de ter roubado um Opala SS, Carlão da Baixada — como era conhecido — entrou no Túnel Rebouças, onde acabou batendo em um Fusca, no qual uma família voltava de um aniversário. Ninguém sobreviveu. Passados alguns anos, a lenda se criou. O Opala preto perseguia os carros que atravessassem o túnel de madrugada. Se o motorista lembrasse da tragédia e rezasse pelas almas das pessoas que morreram na batida, o carro-assombração começava a perder velocidade até sumir. Caso contrário, o Opala vinha em sua direção, cada vez mais rápido, até causar um acidente.”

Começando com um mito famoso


"Estou destinado a morrer de desastre de automóvel", foi o que afirmou uma vez James Dean. E cara, ele tinha razão! 
O ator, cujo ultimo papel no cinema foi o de Jeff Rink, o amargo magnata do petróleo no filme "assim caminha a humanidade", morreu tragicamente, num desastre de automóvel, aos 24 anos, e, ao morrer, transformou-se no eterno símbolo da juventude desencantada, apesar de que algumas fãs acreditam até hoje que ele mão morreu, mas sim que ele esta escondido por que sua face teria ficado desfigurada após o acidente. 
Alguns afirmam que Dean tinha vontade de morrer. Outros colocam a culpa da sua morte prematura no amaldiçoado Porsche Spyder em que ele morreu. 
Para muitos, parecia claro que o carro era cercado por uma aura de destruição, que impregnava toda sua atmosfera. 
Dean comprou o veiculo na Competition Motors, em Los Angeles, pouco depois de terminar o filme: assim caminha a humanidade em 1955. 
A atriz Ursula Andrews narrou: 

 “Eu lhe disse que o carro me dava uma sensação ruim. Ele prometeu ter cuidado ao dirigi-lo e depois se despediu. Eu sabia que nunca mais o veria" 

Diversas pessoas fizeram comentários sobre a desagradável atmosfera que envolvia o carro, incluindo o ator Alec Guinnes, que, quando o viu pela primeira vez, alertou Dean: 

 “Por favor, nunca entre neste carro. Agora são 10 horas de sexta-feira, 23 de setembro de 1955. se entrar neste carro, você será encontrado morto, dentro dele, nesta mesma hora, na semana que vem" 


No dia 30 de setembro de 1955, James Dean e seu mecânico particular saíram com o propósito de ir para a pista de corridas em Salinas, Califórnia, onde Dean tinha combinado competir com o veiculo. Embora, originalmente, o Porsche devesse ser transportado em um trailer, Dean mudou de idéia e decidiu dirigi-lo... UM ERRO FATAL!!! 

Ao guiar em grande velocidade em direção a um entroncamento, Dean não tinha conhecimento do jovem estudante que se aproximava, e que não podia ser visto na outra extremidade do entroncamento. Os dois carros colidiram, matando Dean instantaneamente e ferindo, seriamente, seu companheiro. O jovem estudante sofreu ferimentos na cabeça e no rosto. 
Mas a historia não termina aqui... Umas listas quase sem fim de pavorosos acidentes simultâneos aconteceram dai por diante. 
Os destroços do carro foram comprados pelo “designer" de carros George Barris e enviados para uma garagem. Assim que o mecânico começou a descarregá-lo, o carro subitamente escorregou, caindo e quebrando as pernas do mecânico. 
Em 1956, o Dr. Troy McHenry comprou o motor do carro, mas depois morreu, quando o veiculo escapou de seu controle, durante uma corrida na feira de Pomona. 
Outro medico, que tinha comprado a transmissão do automóvel que fora de Dean, ficou seriamente ferido quando o automóvel rodopiou. 
Dois pneus do Porsche de Dean foram vendidos para um aficionado por carros e, surpreendentemente, estouraram, simultaneamente, alguns dias depois da compra, embora nenhum defeito pudesse ter sido encontrado neles. 
O que sobrou do carro de Dean foi soldado, oferecido ah patrulha rodoviária da Califórnia e, ironicamente, apresentado em uma exibição especial cujo tema era segurança. De forma bastante estranha, a garagem na qual o carro de Dean tinha sido colocado para passar a noite, pegou fogo inexplicavelmente, deixando em chamas o prédio vizinho. Este ficou seriamente danificado, embora o veiculo tenha permanecido incrivelmente intacto. 
A maldição então atacou de novo. Alunos da escola secundaria cercaram o carro que estava sendo apresentando como atração principal da exposição cujo tema também era segurança. Sem nenhum aviso, o carro escorregou da plataforma em que estava quebrando o pescoço de um menino. 
Combinou-se, então, que o carro seria transportado, em um caminhão, para Salinas. Mas, por algum estranho motivo, o caminhão ficou incontrolável e o motorista foi violentamente arremessado de sua cabina. 
Neste meio tempo, o carro que fora, outrora, a preciosidade de Dean, prosseguiu sua carreira de acidentes, caindo da traseira do caminhão, golpeando e matando o motorista. 
Em 1959, em Nova Orleans, o carro foi novamente posto em exposição e, desta vez, caiu literalmente aos pedaços. Depois que os consertos foram feitos, O Porsche foi mandado para a patrulha rodoviária da Florida, para uma outra exposição de segurança. Ele foi então embalado em um engradado e embarcado para Los Angeles. Em algum lugar entre Miami e Los Angeles, o carro desapareceu misteriosamente. E, apesar das intensas pesquisas levadas a cabo, nunca foi encontrado. 
Sua perda foi encarada. Por muitas pessoas como uma bênção.